WEIL, Pierre; TOMPAKOW, Roland. O
CORPO FALA: A linguagem
silenciosa da comunicação não-verbal. Petrópolis, Vozes, 2007.
"Pela linguagem do corpo, você diz muitas coisas aos outros. E
eles têm muitas coisas a dizer para você. Também nosso corpo é antes de tudo um
centro de informações para nós mesmo."
Desde os primórdios da existência
do ser humano na terra, a utilização de símbolos enquanto "mensagens
sintéticas de significado convencional" surge como ferramenta para
auxiliar na comunicação e facilitar a compreensão do mundo. À exemplo, podemos
comparar o sinal vermelho do farol com os primeiros contatos com o fogo se
alastrando pela mata seca ou com o
sangue escorrendo de uma ferida onde o homem pré-histórico já entende que a cor
vermelha funciona como um sinal de atenção.
Assim,
Weil se apropria desses símbolos ao comparar o corpo humano à esfinge assíria
conhecida como Kerub. A esfinge é dividida em quatro partes: corpo de boi,
tórax de leão, asas de águia e cabeça de homem. Da mesma forma, esta composição
possui correspondências psicológicas no ser humano, como mostra o esquema
abaixo:
Em cada parte correspondente ao
psicológico, o corpo se comunica através de ações, que podem ser sutis, com
duração curta de tempo, ou podem ter certa expansividade.
Para perceber quando o Boi é
colocado em evidência, observa-se o avanço da região abdominal naquele que quer
se alimentar ou o rebolado exagerado da mulher que quer se exibir para o rapaz
que, ao apoiar o polegar no cinto, aponta em direção às genitais, demonstrando
sem perceber seu interesse. Todos estes exemplos demonstram o estado de vida instintiva, através da linguagem
corporal.
Já no Leão, que atua na esfera do
emocional, o caráter psicológico se evidencia no tórax, onde está o coração
(centro da emoção), também entendido como centro do "eu". Percebemos,
então, que pessoas orgulhosas de si, egocêntricas, até narcisistas, se impõem
através da preponderância do tórax. E em pessoas reprimidas, com seu
"eu" diminuído, sentindo-se dominadas em determinados momentos, o
tórax se retrai, encolhendo-se o máximo que pode, numa tentativa de se
esconder. Nota-se em pessoas equilibradas, bem entendidas, uma postura mediana
e normal.
Finalmente a águia, representada
pela cabeça, expressa o estado mental. Neste, se a pessoa apresentar uma cabeça
bem erguida, demonstra hipertrofia de controle mental, como reafirmando a
preponderância do "eu" antes citado. Do contrário, uma cabeça baixa
demonstra que o indivíduo se deixa controlar por estímulos externos. A pessoa
que consegue controlar sua mente tem uma postura mediana como no caso do Leão.
Entretanto, a Águia é sempre mais sincera em suas ações. Para perceber o estado
mental de alguém, basta observar a atitude da cabeça, principalmente a face,
pois este explicita a aprovação ou rejeição aos instintos e emoções do corpo.
Neste caso, entende-se que na prática o corpo responde de acordo com os
estímulos psicológicos, que de maneira geral tais ações podem ter concordância ou
discordância com relação ao estado mental do corpo.
O amigo incrível, dos tres autores citados já li sobre 2 o Hall, e Mauss…. Ja o deste texto nunca tinha lido , mas ja tinha ouvido falar. Bem interessante o lance da associação com os animais, fiquei pensando se teríamos um identificação maior pra uma das características (ou animal), Ou se determinados comportamentos podem variar, e se manifestar em momentos diferentes. Ah, e tenho uma referência massa para te passar, é LE BRETON, (a sociologia do corpo), ele aborda do ponto de vista sociológico tbm, que acaba desaguando na questão da identidade, tbm! Massa, parabéns pelo blog!
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